TRAVESSIA BALKIS

Dias perfeitos... madrugo, como todos os dias, mas um pouco mais tarde... treino algumas horas, tomo calmamente meu banho na academia, sem a pressa do dia a dia, vou para casa, tomo meu café da manhã, brinco com minha sobrinha, almoço, cafezinho, descanso (ok, soneca!!), emails, bate papo, no final do dia um ótimo pedal, volto pra casa, banho, jantar, tv e cama!! Não sei se aguentaria muito tempo essa vida... mas que ela é boa, ah isso é!!!

A vida normal?? Bem, ela começa ás 5 da manhã, treino até 8:15, banho correndo para não atrasar o trabalho que começa às 9. O dia é cheio... cheio de responsabilidades, de pessoas, de problemas a resolver... cheio também de experiências, novidades e alegrias. Almoço. Trabalho até 19:30 - 20:00. Casa, jantar, arruma tudo para o dia seguinte e cama... porque amanhã o dia começa cedo. Sei que mais para frente os treinos terão que aumentar, no meio deste dia louco terei que arrumas mais umas 2 horinhas para me dedicar ao Canal, mas acabo conseguindo conciliar tudo... tenho que, não há opção!!

No fim acho que isso é o que difere os pro's dos amadores... a quantidade de coisas às quais temos que nos dedicar e a prioridade delas.

Para um atleta profissional o trabalho é o esporte, treinar é trabalhar e por isso o dia quase todo é dedicado a isso. Para um amador o trabalho (seja lá qual for ele) normalmente vem antes na escala de prioridades e o esporte é a válvula de escape, o hobby, a paixão... algo que entra nos momentos "livres" do dia e nos faz sentir mais fortes para segurar as pontas entre as tantas outras tarefas do dia.

É por isso que tanto admiro meus amigos, atletas amadores, que se dedicam à família, dão duro na sua profissão, correm para lá e para cá para fazer em 24h o que seriam necessárias 36 e, somente depois depois de tudo isso, se dedicam loucamente ao esporte para se superarem a cada dia... tudo isso com o simples objetivo de fazerem um tempo melhor, de completarem uma grande prova ou subirem ao pódio para ganhar um troféu ou medalha... para amadores não há prêmios em dinheiro... mas há algo imbatível que é o orgulho de ter chegado lá... e saber que todo este esforço sempre vale a pena!!

Giu.

No ano que comecei a participar de provas de maratonas aquáticas, 2002, certo dia li na capa de uma revista "Aventura e Ação": "MARATONAS AQUÁTICAS - Tem atleta brazuca campeão mundial". Nem preciso dizer que eu, super animada com meu esporte, comprei a revista. A matéria começava com:
"Ele não tem guelras, não tem escamas, não se alimenta de líquem e nem por isso deixa de ser meio-homem-meio peixe. Conheça Igor de Souza, o Netuno Brasileiro"(Revista Aventura e Ação - Setembro 2002, pp. 26 - 33).
Ao ler a matéria, curti cada linha e me emocionei muito com as histórias e títulos desse grande nadador brasileiro, até então desconhecido por mim. Nesse dia a emoção foi tão forte e imaginei que um dia eu gostaria de ter algo tão grandioso assim para contar, algo realmente notável.
Essa revista me acompanha até hoje (por sinal agora está aqui ao meu lado). Engraçado que eu não sou de colecionar muitas coisas, geralmente eu até guardo por certo tempo, mas nas mudanças de casa eu me desfaço delas. Essa revista resistiu a pelo menos 3 mudanças, pois realmente tem um significado especial, me despertou um sentimento muito bom, despertou um sonho...
Certo dia me mostraram Igor de Souza em uma das provas de maratona aquática. Fiquei surpresa em vê-lo assim tão perto, mas tenho que confessar que, ao mesmo tempo, a aparência dele não me deixou a vontade para compartilhar com ele toda a minha admiração. Igor sempre está com cara fechada e tem fama de bravo.
Quando elaborávamos o projeto e surgiu o assunto dos técnicos, a Martinha e a Pri disseram que tinha que ser o Igor. Elas o conhecem há anos. Segundo a Pri: "ele é o cara". Eu não tinha o que falar sobre ele. Tudo que eu sabia é que ele tem um currículo de dar inveja e que tem uma cara nada amigável. Chegamos a um consenso que seria ele.
Eu tinha certo receio pois, apesar de saber de todo o conhecimento e experiência dele, sei que é fundamental você ter um bom relacionamento e até uma empatia com seu técnico. No primeiro treino estava super ansiosa. Hoje, depois de três treinos e conhecendo-o melhor, entendo o motivo pelo qual a Martinha e a Pri disseram tão enfaticamente o nome dele quando mencionamos a palavra técnico.
Tenho certeza que é a pessoa certa para nos conduzir por aquele canal, que quando ele diz que é para ir mais rápido é porque é para ir mesmo e que quando ele fala que eu consigo é porque eu consigo mesmo. Sou grata por ter a oportunidade de ter um ídolo meu tão próximo nesse projeto e tenho certeza que todos juntos teremos sucesso na travessia.

Lu

Quando fechamos o Projeto Travessia Balkis jamais passava pela minha cabeça quantas surpresas e emoções estavam por vir. Imaginava que treinaria muito, que iria compartilhar muitos momentos de alegria e emoção com as outras nadadoras, com os técnicos e com os colaboradores da Balkis, no entanto jamais imaginei o tamanho e intensidade desses momentos e emoções.

No dia 26/06/10 tivemos a oportunidade de participar de uma festa da empresa em Juruaia.

Nesse último fim de semana (03/07/10 - 05/07/10) estivemos em Araçatuba para o primeiro treino externo em revezamento da equipe e para a Festa Junina dos colaboradores da Balkis na cidade de Aracanguá.

Duas festas lindas, preparadas com todo carinho e capricho pelos colaboradores da empresa e algo em comum: a boa receptividade, o carinho e a emoção dos colaboradores e das atletas.

Todos quiseram tirar fotos com a gente, transmitir carinho, admiração, e uma moça em especial me chamou muito a atenção. Disse que somos exemplo para muita gente, por sermos mulheres "fortes", pela nossa força de vontade, determinação. Pois, apesar de termos todos os compromissos do dia a dia: trabalho, família, amigos, lutamos por um sonho. Ela disse que inspirada em nós resolveu correr atrás de um sonho antigo: voltar a estudar. Nesse momento, as mulheres "fortes" ficaram com os olhos cheios de lágrimas, não dá para segurar tanta emoção!!

Antes imaginava sempre o momento da chegada, o término da travessia. Para mim esse seria um momento de muita emoção e alegria. Agora, depois de tantas emoções e alegrias, penso em cada dia, em cada sorriso que ganhei, cada abraço apertado que recebi e tenho certeza que esse não é um Projeto das nadadoras, dos técnicos e do patrocinador, mas sim de uma grande Família Balkis.

Obrigada a todos os envolvidos no projeto por todas essas sensações e alegrias. Com certeza será um imenso prazer ter cada um de vocês na realização desse grande sonho.

Lu

Sábado passado, dia 26/jun, fomos convidadas a participar da festa dos funcionários da Balkis da fábrica de Juruaia. Se você está se perguntando que cidade é essa, vamos lá...

Juruaia localiza-se no sul do estado de Minas Gerais. Sua temperatura média é de 20°C, sua população estimada em 2007 era de 8.260 habitantes e hoje é um dos maiores polos produtores de lingerie do país, responsável por cerca de 15% da produção nacional (imaginariam isso??)!! E, além de lingerie... eles fazem queijos!!

Fomos as quatro para lá esperando participar da festa e conhecer os colaboradores da Balkis, mas naquela pequena cidade jamais poderia esperar que iria experimentar uma nova e incrível sensação na minha vida...

Estávamos no palco falando para os colaboradores sobre a travessia e de repente olhei nos olhos deles e vi em cada um deles um olhar de admiração pelo projeto. Após a apresentação fomos curtir a festa e algumas pessoas vieram conversar conosco, querendo nos conhecer pessoalmente, tirar fotos... como se fôssemos algum tipo de ídolos, pessoas de um mundo diferente às quais elas não têm acesso.

Foi inevitável eu pensar nas pessoas que tenho como meus ídolos e o quanto eu adoraria estar ao lado delas por um segundo. Outro dia mesmo troquei 1 email com a grande triatleta Fernanda Keller dizendo que sou super fã e ela respondeu me desejando sorte e sucesso na Travessia... me senti a pessoa mais feliz do mundo por ter recebido esse email dela que tanto admiro!! Pensei em Maria Lenk, primeira nadadora brasileira a participar de uma olimpíada, com quem tive a sorte de tirar uma foto antes dela deixar estes mares...

E então percebi que de certo modo somos todos ídolos, cada um em sua dimensão, cada um a sua maneira... seja em Juruaia, no Rio de Janeiro ou em algum canto do mundo... seja por ser um atleta, um artista, um professor, treinador, uma mãe ou um amigo... somos todos pessoas admiráveis, cada um a seu modo... e somos todos capazes de realizar tudo aquilo que ousarmos em sonhar!!

Giu.