TRAVESSIA BALKIS

Madrugada de sexta para sábado... o despertador tocou às 3:30 da manhã... coloquei o maiô e fomos (eu e Martinha para encontrar o resto da equipe) rumo à represa Billings em São Bernardo. Na rua a gente encontra aquelas pessoas voltando da balada... no posto de gasolina a turminha da cerveja no posto. Entro de short, boné e tênis, saio com uma garrafa d'água, a turminha me olha com cara de ET.

O local foi o Clube dos Servidores, à beira da represa. Gentilmente o guarda abriu a porta, entramos pela escuridão para ir para o quiosque e nos prepararmos. Teste de glicemia, algumas orientações e fomos para o píer. Lightstick na cabeça para nossos treinadores não nos perderem na escuridão, dadas as coordenadas e pulamos para a água fria...

Nos primeiros metros senti um frio cortante, mas ele passou quase imediatamente dando lugar a uma certa apreensão... talvez um pequeno medo do desconhecido!! Dentro d'água obviamente nada se via, fora dela estavam a Lua e muitas estrelas, um visual incrível e a placa iluminada da Sabesp na frente como orientação do caminho. Entre algumas braçadas eu olhava para frente e para trás para achar os outros 3 pontinhos iluminados na água. Fiquei pensando comigo mesma no quanto aquela situação era bizarra... minha gente, quem é que se enfia de noite dentro de uma represa para nadar rumo ao nada??? Bem, a resposta disso eu não sei, mas sei que ali estávamos exatamente nesta situação...

Nos 50 minutos da primeira volta do percurso fiquei pensando nisso... achando meio louco, tentando manter o ritmo do nado e olhando vezes para o céu estrelado, vezes para minhas amigas (os pontinhos iluminados, literalmente falando). Margeamos a Via Anchieta, os faróis de carros e caminhões iam passando... será que eles nos viam ali??? Incrível a quantidade de coisas estúpidas que passam na minha cabeça nesses momentos... rsrsrs... Cheguei ao píer, um gole de carbo e vamos para mais uma volta.

O sol estava enfim nascendo! Parte do céu ainda escuro e parte dele naquele alaranjado forte, anunciando um lindo dia de inverno... A cada respirada eu podia ver esta cena abaixo dos meus braços e é impossível descrever o quanto isso me emocionou e me deixou feliz... uma cena daquelas que você deseja uma câmera para eternizar a imagem, mas na falta dela, você guarda no álbum da memória mesmo... prometo que um dia pintarei essa cena, já que sou bem melhor artista do que escritora!!!! Essa foto não é nem a metade do que vi ali... mas pode dar uma dimensão... Depois disso, tudo ficou iluminado, a água já era novamente a minha conhecida de sempre, pude ver os caminhões sem faróis e tudo pareceu normal novamente!!

Segunda volta completa, alguns tiros até uma bóia comandados pelo Igor, mais testes de glicemia e lactato e chuveiro quentinho... conversa, puxões de orelha (merecidos) e um ótimo café da manhã entre amigas!!

Na volta para casa fiquei pensando como tudo aquilo tinha sido legal... absolutamente BIZARRO, MAS LEGAL!!

Bjs, Giu!!