TRAVESSIA BALKIS

Não sei se para todo mundo é assim, mas para mim, há certas coisas que eu nunca consigo imaginar que irão acontecer, até acontecerem...
Na verdade acho mesmo é que estou ficando velha, com papo de velha, rs!!
No Sábado passado, 16/04/11, aconteceu uma dessas coisas: minha irmãzinha se casou!!
Minha irmã é bem mais nova do que eu: 5 anos. Tudo bem que se considerarmos hoje essa diferença pode não ser tão grande assim, e a tendência é que cada vez pareça menor, pois se torna menos representativa em relação à idade que temos.
No entanto lembro-me muito bem do dia que fiquei sabendo que minha mãe estava grávida. Eu tinha 4 anos, já era uma menina grande! Tenho que confessar que a princípio odiei a idéia, muito! Gostava muito de ser a irmã caçula e sabia muito bem que perderia em breve algumas regalias. Resisti tanto a isso que lembro-me fazer questão de sentar no colo da minha mãe até quando ela estava com uma barriga muito grande, que quase me empurrava para fora das pernas dela.
Todo esse sentimento de inveja, ciúmes, se transformou no mais puro amor ao vê-la na maternidade com a minha mãe. Tão pequenina, linda, japonesinha, gorda! Quando ela chegou em casa então, fiz questão de me mudar para o quarto dela, para ficar mais junto. Cuidava dela como se fosse uma boneca, eu e minha irmã mais velha disputávamos quem iria segurá-la por mais tempo.
Tudo que eu e minha irmã mais velha brigamos na infância foi o contrário com a mais nova. Acho que eu tinha noção que seria muita covardia, devido às diferenças de idade e, principalmente, tamanho.
Minha irmã foi crescendo, e mesmo nós termos morado durante 16 anos longe, sempre foi uma grande amiga, companheira, confidente!
Como um grato presente, tive a oportunidade de morar quase 1 mês com ela novamente, antes do casamento. E, deste modo, acompanhar mais de perto os últimos preparativos para o casório e contribuir um pouco também em algumas escolhas, e, principalmente, carregar peso nas compras.
Eu, que sou separada, não vejo mais o casamento com aquela magia que eu via antes de ser casada. No entanto, fiquei muito feliz de ver com que amor, empenho, dedicação e alegria o casal planejou e curtiu tudo!
E no dia da festa então, tanta alegria, emoção. Os olhares, as palavras, os sorrisos, me fizeram crer que é possível sim ser feliz para sempre. Este é o meu desejo, que o casal seja eternamente feliz... Amo vocês!
E para minha irmã mais velha não ficar com ciúmes, sei que amanhã é aniversário de casamento de vocês. Por isso, desejo que vocês também sejam felizes para sempre... Acredito que serão, pois já ganharam o melhor presente do mundo: meu sobrinho lindo que eu tanto amo!
Beijinhos,
Lu

Outro dia estava lembrando a maneira como anunciaram meu nome em uma prova esse ano e me peguei sorrindo sozinha. “Agora chamamos ao pódio mais essa brava mulher....”. Sei que hoje sou exemplo de brava mulher, mulher forte, corajosa, determinada... Acho que a maioria das pessoas nem imagina que esse exemplo de mulher forte é, como pessoa, muito manteiga derretida, sensível, chorona. Daquela que ama assistir os romances mais bobinhos, que a maioria dos homens arranja qualquer desculpa para não ter que assistir, e chorar um monte. Sei que nós, mulheres, temos dias mais sensíveis, e eu cheguei à conclusão que estou num período bem sensível. Outro dia mesmo estava discutindo com uma amiga se há alguma relação entre excesso de treino e a sensibilidade. Parece que há sim uma relação! Então está explicado, estamos treinando bastante... Na minha opinião não é ruim ser tão sensível assim e se emocionar, e até chorar, com muitas coisas. Penso que pessoas assim vivem mais intensamente, se entregam mais. Não consigo me imaginar sendo insensível a muitos acontecimentos. Semana passada fiquei sabendo que uma ex nadadora e triatleta de Campinas, Rosana Merino, que hoje tem uma equipe grande de atletas, foi fazer uma cirurgia de 2 hérnias de disco na coluna cervical, a cirurgia foi bem, no entanto, devido à gravidade da lesão, ela teve toda parte abaixo do pescoço paralisada. Eu não a conheço pessoalmente, mas sei que é referência no triatlon em Campinas. Li o relato que foi ditado pela Rosana e digitado por uma atleta dela. Ao ler, ia me colocando no lugar dela. Qual deve ser a sensação de não sentir o próprio corpo para uma ex-atleta, uma pessoa apaixonada pelos esportes? O que será que deve passar pela cabeça em um momento desses? Com certeza um turbilhão de pensamentos. Acredito que no primeiro instante seja inevitável o desespero, a tristeza. Mas ao mesmo tempo você saiba que a cura está relacionada à sua força de vontade, determinação, esperança e fé. Fiquei sabendo que nesses últimos dias ela teve uma recuperação extraordinária, que já consegue movimentar os membros superiores e tem algum movimento nas pernas. Fiquei muito feliz e emocionada! Isso me fez lembrar uma pessoa que conheci através do Projeto e que tem uma trajetória de vida linda. Uma pessoa apaixonada pelos esportes, pela vida, que já sofreu dois acidentes graves, já teve as pernas paralisadas e, no entanto, sempre lutou. Roberto Rodrigues hoje está treinando para fazer o Canal da Mancha em 2013. A vida é cheia de emoções, algumas boas, outras ruins. Vamos vivê-las intensamente, aproveitar as boas e tentar mudar as ruins. Com certeza a força de vontade e esperança fazem toda diferença. Boa semana a todos. Beijos, Lu

Na semana passada estava comentando com alguém que iria para a Travessia dos Fortes no Rio e essa pessoa perguntou brincando: "é uma travessia só pra gente forte???"... eu ri e expliquei que o nome era porque a travessia vai do Forte de Copacabana até o Forte do Leme, no Rio de Janeiro.

Hoje estava me lembrando da prova e pensei no comentário... e descobri que a resposta deveria ter sido outra: "sim, essa travessia é só para os FORTES!!"

A Travessia dos Fortes não é uma prova comum... já é diferente na hora de se inscrever: ela não custa nada e as inscrições são limitadas, neste ano acabaram em 2h40min!!! Quem inscreveu, inscreveu, quem não se inscreveu, se pendure no computador no ano que vem!!! Os preparativos para os não cariocas são muitos: como vai, onde fica, quem cuida das suas coisas na hora da prova... amigos pra passar um ótimo fim de semana no Rio, programas de turista... tudo é gostoso de planejar!! A Travessia dos Fortes tem mais charme, tem mais disputa, tem aquele frio na barriga na hora da largada que não temos em qualquer prova. É uma travessia que as pessoas se orgulham em participar, seja para competir ou para simplesmente completar... simplesmente??? Não! Não é tão simples!!!

O mar do Rio também não é comum... é um mar que hora te envolve, hora te maltrata... que te faz sumir nas ondulações e ser revirada nas ondas!! Entrar nesse mar pode ser fácil, mas sair dele é uma tarefa que justifica o nome da travessia: tarefa para os fortes!! A água é gelada, o que faz a organização permitir roupa de neoprene... uns acham marmelada nadar de roupa, até fazem chacota que nadar de roupa é para os fracos... mas isso faz os "fortes sem roupa" serem mais fortes e os "fortes com roupa" se sentirem mais fortes... o fato é que cada um está ali dando seu melhor e colocando a força que tem em cada braçada para vencer!

Vencer na Travessia dos Fortes também é diferente... já se vence por decidir fazer a prova pois não é para qualquer um! Uns vencem porque chegaram em primeiro lugar, outros porque simplesmente chegaram... Às vezes ser décimo no geral vale muito mais que primeiro na categoria... Vencer não está apenas na conquista de uma medalha, mas na própria superação pessoal, na conquista de um objetivo traçado, na simples alegria de realizar... vencer está na satisfação que fica no coração quando se cruza o pórtico de chegada...

É por causa de tudo isso que nessa travessia em especial me lembrei muito da frase que o Rony, treinador da Fórmula Academia, grita para seus atletas na beira da piscina cada vez que estão em um treino "daqueles": "só os fortes vencerão"!!!

É sim... na TRAVESSIA DOS FORTES, de um modo ou de outro, SÓ OS FORTES VENCERÃO!!!

Bjs, Giu!!